terça-feira, 11 de março de 2008

"Dieta do Deserto"


Foi encontrada no deserto de Kalahari, no sul da África, um cacto espinhoso e com um gosto amargo chamado Hoodia Gordonii. Os nativos da região consomem-no há séculos quando partem em expedições com poucas reservas de comida e conseguem passar dias e dias alimentando-se apenas desse cacto sem sentirem fome, fraqueza ou cansaço.
Cientistas de uma empresa britânica de biotecnologia, a Phitofarm, estudaram durante cinco anos a composição dessa planta e concluiram que esta realmente possuía uma substância que inibe o apetite. O cacto ficou conhecido no mundo inteiro e hoje até pode ser vendido pela internet com o nome de "pílulas da saciedade". Os fabricantes, defendendo que este cacto é totalmente inofensivo, afirmam que duas cápsulas antes das refeições são suficientes para que uma pessoa coma metade do que está acostumada ficando satisfeita.
Mariana del Bosco, coordenadora do Departamento de Nutrição da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abesco), não recomenda o Hoodia aos seus pacientes pois as pesquisas existentes não são conclusivas porque foram feitas apenas com ratos de laboratório.
Duas empresas, a Pfizer e a Unilever, gastaram já rios de dinheiro para comprovarem que o cacto Hoodia é realmente eficaz e assim transformá-lo em produtos como barrinhas, bebidas ou mesmo cápsulas.
O que realmente se sabe até agora é que o cacto possui uma substância chamada P57 que actua directamente no hipotálamo libertando um componente semelhante à glicose mas desprovido de calorias, ou seja, esse componente "engana" o cérebro que regista a entrada de glicose e informa ao organismo que está saciado.

Fonte: Revista "Vogue", Março 2008

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